Investimento em educação é debatido no Senado

Com a iniciativa de destinar 10% do PIB para a educação já aprovada pela Câmara, especialistas e políticos discutiram sobre a necessidade e os impactos desse financiamento para o país.

Comunicação Sinpro/RS
Investimento na educação | Publicado em 12/11/2012


Em discussão no Senado, a proposta do Plano Nacional de Educação (PNE) vem reacendendo o debate sobre o investimento na educação no país. Com a iniciativa de destinar 10% do PIB para a educação já aprovada pela Câmara, especialistas e políticos discutiram sobre a necessidade e os impactos desse financiamento para o país.

Na audiência pública realizada no Senado na sexta-feira, dia 9, o professor e pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) Waldery Rodrigues Júnior alertou para a necessidade de se discutir a forma de aplicação dos recursos. “Isso é muita coisa, um valor elevado e que precisa ser discutido”, comentou o especialista. Para ele, tão importante quanto a quantidade é a qualidade do investimento.

Além da audiência, o Senado também foi palco do seminário “Gestão Escolar”, promovido pela Frente Parlamentar Mista para o Fortalecimento da Gestão Pública. No evento foram apresentados exemplos de boa gestão e discutidas propostas para aprimorar o PNE. A Escola Sesc de Ensino Médio, do Rio de Janeiro, foi um dos destaques apresentados no evento.

O colégio funciona como uma “escola-residência” e abriga alunos de todas as partes do país com bolsa integral: não pagam nada para cursar o ensino médio com um programa acadêmico individualizado em turmas de, no máximo 15 alunos. Situada na 23ª posição no ranking nacional do Enem, a escola possui a média de aprovação nos vestibulares de 95% segundo o diretor substituto da instituição, Antônio Viveiros.

O horário integral e a infraestrutura adequada apresentados pela escola também estão na proposta de Federalização da Educação de Base, defendida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF). No seminário, ele aproveitou ainda para defender a valorização dos professores e a criação da carreira nacional do magistérios, outro tema presente em sua proposta. Para o senador, o salário dos professores deveria ser de R$ 9 mil, e eles deveriam ser submetidos a avaliações periódicas: – “Ele é estável em relação aos outros, mas instável com relação a ele próprio”, explicou.

Para Walter Garcia, um dos fundadores do Instituto Paulo Freire que esteve presente no seminário, de nada adianta fazer cálculos matemáticos se o país não for capaz de enxergar o essencial: um salário que atraia e mantenha as pessoas mais capazes na carreira docente. “ Isso implica decisões políticas corajosas. Investir no professor salva o Plano Nacional de Educação (PNE), que está sendo discutido agora e salva o país de mais um fracasso anunciado”, afirmou.

A valorização dos professores foi um consenso, contudo, o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), presidente da Frente Parlamentar Mista para o Fortalecimento da Gestão Pública, alegou que o simples esforço financeiro não é suficiente para resolver os problemas da educação no Brasil. A melhor saída, segundo ele, é o caminho da profissionalização e meritocracia, com incentivo aos professores, diretores, alunos e toda a comunidade escolar para que continuem em busca da melhoria na educação.

Com informações de Agência Senado.