Censo revela perfil do universitário no país

Jacqueline Resch, especialista em Recursos Humanos, aponta duas hipóteses principais para o retorno à vida universitária de pessoas mais velhas, já formadas e empregadas

Comunicação Sinpro/RS
Pesquisa | Publicado em 28/12/2012


O Censo 2010, divulgado em dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou dados inéditos sobre o perfil universitário brasileiro, por meio dos resultados da amostra de Educação e Deslocamento. Segundo o levantamento, enquanto mais de 49% da população adulta (25 anos ou mais) não completaram o Ensino Fundamental, só 11,3% têm curso Superior completo. O censo revelou ainda que, entre estudantes de Ensino Superior, 10,8% já eram formados e estavam cursando uma segunda graduação.

Jacqueline Resch, especialista em Recursos Humanos, aponta duas hipóteses principais para o retorno à vida universitária de pessoas mais velhas, já formadas e empregadas: a necessidade de se adaptar a um mercado cada vez mais competitivo; ou o redirecionamento da carreira. “Ou a pessoa escolheu uma carreira e não se identificou; ou sente a necessidade de complementar a formação em alguma área
que não domina”, analisa.

O IBGE aponta ainda um abismo no nível de instrução de adultos do Nordeste e do Sudeste. E, mesmo na região com melhores resultados, os índices são preocupantes. Entre pessoas com 25 anos ou mais do Sudeste, 13,7% delas têm curso Superior completo. No Nordeste, são 7,1%. Já entre os que sequer completaram o Ensino Fundamental, 59% são do Nordeste; e 43,7%, do Sudeste.

Com as formações, a maioria (37,8%) se formou na área geral de Ciências Sociais, Negócios ou Direito. Os dados revelam também um aumento de 74,1% na área de Educação; e queda de 20% em Engenharia, Produção e Construção, em relação ao último recenseamento (de 2000). Segundo os novos números do IBGE, a formação em Engenharia abrange 7,6% das pessoas com nível Superior concluído, na frente apenas dos ramos de Serviços (2%) e Agricultura e Veterinária (1,9%).

No Censo de 2000, a participação na área era de 9,6%. Dados de outra pesquisa nacional — o Censo da Educação Superior do MEC — mostram, no entanto, um quadro diferente: aumento de 161% no número de concluintes em cursos de Engenharia, de 2001 a 2011. Porém, como todo o Ensino Superior cresceu no país, os formados de Engenharia continuam representando, tanto em 2001 quanto em 2011, somente 7% do total dos que concluem o Ensino Superior.

Com informações de Correio do Povo.