Rio Grande do Sul tem o pior resultado em educação no sul do Brasil

Na quarta publicação do Ideb desde 2005,o Estado não alcançou metas que haviam sido estabelecidas para 2011,principalmente no Ensino Médio,o patinho feio da educação no país.

Comunicação Sinpro/RS
Educação | Publicado em 15/08/2012


Sempre tratada como um dos pilares das campanhas eleitorais e dos programas de governo no Rio Grande do Sul, a educação patina e preocupa no Estado, que tem o pior desempenho da Região Sul. Na quarta publicação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) desde 2005, o Estado não alcançou metas que haviam sido estabelecidas para 2011, principalmente no Ensino Médio, o patinho feio da educação no país.

Depois de desempacar do Ideb de 3,7, repetido em 2005 e 2007, para os 3,9 de 2009, o índice do Ensino Médio no Estado voltou ao patamar de seis anos atrás, os mesmos 3,7. Com isso, a meta planejada pelo Ministério da Educação para o Ensino Médio gaúcho ficou por terra. Deveria ter sido 4.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e sociólogo Marcio da Costa diz que a baixa variação do Ideb no Rio Grande do Sul sugere uma estagnação. A pouca capacidade de investimento do Estado pode explicar parte dos problemas, mas a gama de fatores que influenciam negativamente o Ensino Médio é vasta. Passa pelo currículo defasado e pelos embates entre governo e professores. “Eu esperaria que o Estado estivesse acima da média nacional. As metas do Ideb são modestas”, diz Costa.

O Ideb é calculado a partir da combinação sobre o desempenho de estudantes nos exames Prova Brasil ou Saeb, combinadas com taxas de aprovação, reprovação e abandono. Responsável pelo Ideb, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) traça como objetivo ao país chegar ao índice 6 em 2021.

O secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo, questiona a forma como o Ideb é montado no Ensino Médio, por meio de amostragem no terceiro ano, o que não formaria um panorama completo. Ele salienta que, apesar da queda no índice, houve uma pequena melhora na aprovação dos alunos no Estado.

“No ano passado, constatamos a situação crítica do Ensino Médio e iniciamos a discussão da proposta da reestruturação. Neste ano, começou a ser implantado no primeiro ano. Será implantado só em 2014 no terceiro ano. Portanto, a prova feita no Ensino Médio está completamente descolada desse processo — argumentou.

No Ensino Fundamental, o panorama também preocupa: nos anos finais, o Estado não atingiu a meta estabelecida pelo MEC. O Estado foi a segunda unidade da federação que ficou mais distante de suas metas no Ensino Médio estadual. À frente, somente Alagoas (Ideb de 2,6 para uma meta de 3,1). No ranking geral do Ensino Médio estadual, Alagoas é o último.

Na sua região, somente o Rio Grande do Sul patina. Santa Catarina é nada menos do que o líder do Ensino Médio do país, com Ideb de 4,3, dois décimos acima da meta e 0,6 ponto acima da média nacional. O Paraná é o terceiro, com Ideb 4 e meta de 3,9. Com essa paisagem, parece hercúleo o trabalho de transformar em cisne o patinho feio do Ensino Médio gaúcho.

Com informações de Zero Hora.