Sinpro/RS e estudantes criticam demissões

Que foi justificada como readequação do quadro pela reitoria da instituição.

Comunicação Sinpro/RS
Demissões | Publicado em 28/01/2014


Alvo de críticas nas redes sociais e em jornais, a demissão de 20 professores da Uniritter de uma vez só no fim de 2013 foi justificada como readequação do quadro pela reitoria da instituição. Desde que o centro universitário, com campi em Porto Alegre e Canoas, foi comprado pela Laureate do Brasil, pertencente a fundos de investidores internacionais, é a primeira vez que ocorre uma dispensa nesses moldes.

A informação da assessoria da Uniritter é de que foram abertas 80 vagas. O que mais gerou revolta de estudantes e Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Estado (Sinpro/RS) foi o fato de que os demitidos tinham muito tempo de atuação (alguns com quase 25 anos de casa) e lecionavam em cursos que projetaram a fama da instituição, como Direito e Arquitetura e Urbanismo.

As dispensas provocaram protestos no Facebook (visualizados pela página oficial do centro universitário) e chegaram a ser citadas em formaturas, em manifestações de apoio aos ex-docentes. Estudantes e Sinpro/RS apontam ainda problemas como superlotação de salas de aula, infraestrutura do campus da Capital, que não comporta a expansão de matrículas (vagas em estacionamentos insuficientes e alto custo de serviço), carência de acervo em bibliotecas e cobrança de taxas que não ocorriam quando a Uniritter pertencia à família Ritter dos Reis.

Em fim de 2010, com a consolidação da transferência à Laureate, o estabelecimento de Ensino Superior perdeu a condição de filantropia. O campus da Capital passou de oito cursos para mais de 30 nos últimos quatro anos, com peso de engenharias e áreas da saúde. Hoje são quase 11 mil alunos nas duas unidades. A meta é virar universidade nos próximos anos. Para isso, falta apenas um curso de doutorado.

Diretora do sindicato e professora da instituição, Cecília Farias aponta que havia o temor de demissões desde a compra, ante o perfil dos novos donos, “que buscam rentabilidade”. Para Cecília, os casos mostram simples substituição. Ela lembra que o plano de carreira, acertado em 2013 com a direção, beneficiaria os mais antigos. “Não há problema financeiro, em vez disso há pleno crescimento. Por que descartar professores antigos que ajudaram a construir o que é a Uniritter?”, questiona. “É muito doloroso ver quem tinha relação de muito respeito e parceria fazer isso. É expansão pela expansão”, lamentou a dirigente.

O reitor da Uniritter, Telmo Rudi Frantz, disse, na sexta-feira, que as demissões são adequação à grade horária e “renovação do quadro de docentes”. “Neste ano, talvez tenha sido um número diferenciado”, cogitou o reitor. Frantz, que assumiu o posto no primeiro semestre de 2013, destacou que as contratações ocorrem em número bem maior, e negou que os casos sejam apenas de docentes com maior tempo de contrato.

Sobre as críticas de alunos e Sinpro/RS, afirmou que não há risco à qualidade do ensino. “Os afastamentos seguem a lógica de assegurar qualidade. É preciso ter em mente que as pessoas não são eternas, e vamos buscar pessoas do mesmo nível ou até melhores”, completou o reitor. Frantz não comentou sobre a carta em que acadêmicos pediram a reversão das demissões.

Leia a nota de repúdio publicada pelo Sinpro/RS.

Com informações de Jornal do Comércio.