Eventual venda da Ulbra preocupa estudantes

Lideranças estudantis estiveram reunidos com a direção do Sinpro/RS para discutir o assunto

Por Comunicação Sinpro/RS
EDUCAÇÃO | Publicado em 22/11/2021


A reunião ocorreu nesta segunda-feira, 22 de novembro, na Sede Estadual do Sinpro/RS, em Porto Alegre
Foto: divulgação

Representantes dos estudantes da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) estiveram reunidos nesta segunda-feira, 22 de novembro, na sede do Sindicato dos Professores (Sinpro/RS), em Porto Alegre, para discutir com a direção da entidade os desdobramentos da notícia de possível venda dos campi da Universidade no Rio Grande do Sul.

 “Não temos respostas da instituição que tragam segurança para os alunos”, explicou Isabela Luzardo, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Ulbra.  Eles relataram reuniões com a Reitoria e a dificuldade de ter informações concretas sobre a real situação da Ulbra. A venda de operações da Ulbra será avaliada na Assembleia de Credores da Recuperação Judicial (RJ) da Aelbra, mantenedora da Rede Ulbra de Educação, no próximo dia 25 de novembro.

Airton Silva, presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-RS) explicou que os representantes decidiram buscar o apoio do Sindicato para garantir que o processo de venda, caso ocorra, não seja penoso para os estudantes. Mariane Franco, diretora da UEE-RS, secretária geral do DCE e presidente do Centro Acadêmico de Geografia da Ulbra Canoas trouxe o receio de estudantes bolsistas com a venda, além da precarização do ensino. “Chegamos ao final do curso com três professores no curso de Geografia”, relata.

O diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr, explicou que o Sinpro/RS tem acompanhado todo o processo e que a preocupação da entidade é a garantir também uma educação de qualidade para os alunos, o que passa pela garantia de direitos dos professores.

O professor da Universidade e também diretor do Sinpro/RS, Jefferson Cunha, fez um breve relato sobre o histórico da RJ da Ulbra e afirmou a importância de aliar forças com os estudantes nesse processo de recuperação de uma das maiores instituições de educação superior do estado.

HISTÓRICO – Com um passivo de quase R$ 9 bilhões, dos quais cerca de R$ 4 bilhões em operações com bancos, fundos de pensão e dívidas trabalhistas e R$ 5 bilhões de dívidas tributárias, a Aelbra está em processo de recuperação judicial desde dezembro de 2019.

A assessoria jurídica da mantenedora informou que será colocado em votação um “modificativo” do plano de recuperação judicial. Inicialmente, a proposta era a venda de patrimônio da Aelbra, o que acabou não se concretizando devido a impeditivos envolvendo grande parte dos imóveis.

A alteração vai incluir a proposta de venda das operações dos campi de Canoas, Guaíba, Carazinho, Santa Maria, Cachoeira do Sul, Torres e São Jerônimo e polos de Ensino a Distância (EaD). As 14 escolas de educação básica no país e as instituições mantidas pela Aelbra fora do Rio Grande do Sul – em Manaus, Santarém, Palmas e Itumbiara – permaneceriam com a Ulbra. Se aprovada pelos credores, a proposta deverá ser analisada pelo juiz responsável pela RJ da Aelbra.