Toda educação deve empregar tecnologia, diz pesquisador

O escritor afirmou que os educadores têm de se perguntar quais habilidades querem que os estudantes dominem, e se estão usando as ferramentas apropriadas para isso.

Comunicação Sinpro/RS
Pesquisa | Publicado em 30/01/2013


Toda educação deve empregar tecnologia, disse o escritor Marc Prensky, criador dos termos “nativos digitais” e “imigrantes digitais”, durante sua apresentação na Campus Party, na terça-feira, 29.

“A educação tem que combinar da melhor forma possível aquilo que o cérebro humano faz bem com as coisas que a tecnologia faz melhor”, afirmou Prensky, para quem a tecnologia é um fundamento tão importante para a educação quanto a leitura, por exemplo.

O escritor afirmou que os educadores têm de se perguntar quais habilidades querem que os estudantes dominem, e se estão usando as ferramentas apropriadas para isso. “Os verbos sempre são os mesmos, mas os substantivos mudam rapidamente”, disse ele, que citou como exemplos os verbos “apresentar-se”, “comunicar-se” e “aprender”, associando-os, respectivamente, a “PowerPoint“, “e-mail” e “Wikipedia” e, mais tarde, a “HTML5”, “Twitter” e “YouTube“.

“As pessoas odeiam mudança, então parei de dizer a elas que devem mudar. Agora, lembro a todos que temos de nos adaptar ao novo contexto do século 21.” Segundo Prensky, as pessoas mais velhas –os “imigrantes digitais”– vivem em dois contextos, antes e depois da disseminação da tecnologia, e que, por isso, têm mais dificuldades de se adaptar do que os mais jovens –os “nativos digitais”–, que sempre viveram no contexto tecnológico.

Para o escritor, usar a tecnologia para fazer coisas velhas –escrever no computador em vez de no papel, por exemplo– é importante, mas usos como esse são apenas triviais. “Websites, por exemplo, são triviais. São, essencialmente, livros com recursos”, afirmou ele.

“Usos poderosos” de tecnologia, segundo Prensky, permitem fazer coisas que não eram possíveis antes. Como exemplos, ele citou comunicação por Twitter e Skype, impressão 3D, sistemas de inteligência computacional como o WolframAlpha, mundos virtuais, jogos complexos e robótica.

“Embora nós amemos a tecnologia, há várias coisas importantes na educação que ela não pode fazer”, disse o escritor, citando três características humanas que considera essenciais para os educadores: empatia, escolha e paixão.

O autor de “Brain Grain: Technology and the Quest for Digital Wisdom” (2012; ganho cerebral: tecnologia e a busca pela sabedoria digital, em tradução livre) sugeriu a empreendedores que criem ferramentas para ensinar as “habilidades do futuro”, como programação.

Com informações de Folha de São Paulo.