Kroton e Anhanguera mudam acordo de fusão

Depois de meses sob o risco de não se concretizar. As duas companhias anunciaram uma mudança na relação de troca estabelecida no acordo, reduzindo o valor atribuído à Anhanguera na operação.

Comunicação Sinpro/RS
Anhanguera | Publicado em 08/05/2014


A fusão das instituições de ensino Kroton e Anhanguera, que tentam criar uma das maiores empresas de educação privada do mundo, ganhou novo fôlego na quarta-feira, 7, depois de meses sob o risco de não se concretizar. As duas companhias anunciaram uma mudança na relação de troca estabelecida no acordo, reduzindo o valor atribuído à Anhanguera na operação.

As instituições esperam concluir a fusão no fim de junho, depois do julgamento do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que acreditam que ocorrerá entre os dias 14 e 28 de maio.

Para analistas, a medida representa um avanço importante. Restam ainda dúvidas sobre como a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), prevista para as próximas semanas, pode afetar o negócio. A reação de acionistas minoritários também é incerta.

Quando a fusão foi anunciada, em abril do ano passado, as ações estavam divididas de forma que os acionistas da Kroton ficariam com 57,48% da nova companhia e os da Anhanguera, com o restante. Agora, os acionistas da Kroton terão 66,5%.

A mudança veio depois de pelo menos três meses de incertezas. Desde fevereiro, o mercado vem reagindo a informações de que os acionistas da Kroton estavam pressionando por mudanças na relação de troca. Segundo fontes, a Anhanguera estava sendo pressionada para aceitar mudanças depois que o preço das ações da empresa caiu na Bolsa após trimestres de resultados fracos. Enquanto os papéis da Kroton subiram mais de 100% no período, as da Anhanguera avançaram cerca de 25% da véspera do anúncio da proposta de união até o fechamento do último dia 6.

Como a fusão ainda tinha de ser aprovada em Assembleia Geral Extraordinária nas duas companhias, a insatisfação de acionistas da Kroton bastaria para acabar com o negócio.

Na avaliação de analistas, o novo acordo dá mais segurança de que a fusão deve ser aprovada pelos acionistas da Kroton. `O risco de os acionistas da Kroton não aprovarem o negócio é muito baixo agora`, afirmaram, em relatório, os analistas do Bank of America Merrill Lynch, Diego Moreno e Thomas Humpert.

Há uma sensação no mercado de que a medida conseguiu acalmar os ânimos de acionistas insatisfeitos, inclusive porque a Kroton obteve autorização para distribuir até 100% de seu lucro em dividendos – um pleito que a Anhanguera não quis atender inicialmente.

Com informações de Estadão.