Ocupação da Uergs: tropa de choque expulsa estudantes


Comunicação Sinpro/RS
Ensino superior | Publicado em 13/04/2017


Os estudantes da Uergs que ocupavam o prédio 11 do Campus Central, em Porto Alegre, desde o dia 21 de março foram retirados à força do local na manhã desta quinta-feira por policiais militares. Eles foram surpreendidos pela ação de reintegração de posse anunciada por um oficial de Justiça que chegou ao campus por volta das 6h, acompanhado de funcionários da CEEE e um pelotão da tropa de Choque da Brigada Militar. Os integrantes do movimento foram forçados a sair sob ameaça de detenção pela PM, enquanto seus pertences eram colocados do lado de fora do prédio e as fechaduras das salas trocadas por servidores da CEEE. O espaço foi locado à Uergs em 2013 por R$ 180 mil mensais, valores que deixaram de ser repassados em 2015, o que motivou a retomada do prédio pela CEEE.

A ação desta quinta-feira provocou indignação entre os estudantes e dirigentes da instituição, já que na terça-feira o desembargador Pedro Celso Dal Prá, da 18ª Câmara Cível, acatara um agravo de instrumento em favor dos estudantes, garantindo que a reintegração de posse pleiteada pela CEEE estava suspensa até a próxima semana, quando uma audiência definiria um cronograma para o uso compartilhado das salas de aula pela Companhia e pela universidade. “Foi uma ação extremamente arbitrária. O oficial de Justiça que a coordenou não quis se identificar, apresentou como documento apenas a petição inicial da reintegração de posse e declarou que a decisão de segunda instância era irrelevante”, relatou o diretor da Região I da Uergs, Vinícius Curcio. Segundo ele, após a ação da tropa de choque, os estudantes ficaram sem acesso à defesa, pois tiveram seus celulares recolhidos.

O episódio foi comunicado pela Reitoria da Uergs ao secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco e à Procuradoria Geral do Estado. “Foi uma ação que nos surpreendeu e causou indignação, pois em nenhum momento houve rompimento do diálogo e da negociação com a CEEE. Segundo a decisão juiz, possivelmente as trativas seriam retomadas na próxima segunda-feira com vistas à elaboração de um cronograma de uso compartilhado dos espaços”, ressaltou Arisa Araújo da Luz, reitora da universidade, que reiterou o apoio ao movimento dos alunos. “A única coisa que queremos são salas para se ter aulas”, disse. A direção da CEEE e o secretário não quiseram se manifestar. O TJ não retornou os pedidos de informações.