Professores do IPA buscam apoio no legislativo gaúcho

Em reunião da comissão de educação relataram sobre os problemas que os levaram a decidir pela greve por tempo indeterminado desde o último dia 18 de fevereiro

Por Valéria Ochôa
ENSINO PRIVADO | Publicado em 26/02/2019


Professores e estudantes do Centro Universitário Metodista – IPA, de Porto Alegre, e representantes do Sindicato dos Professores (Sinpro/RS) participaram na manhã desta terça-feira, 26, da reunião ordinária da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia (CECDCT) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para relatar sobre os problemas que levaram o corpo docente da instituição à greve por tempo indeterminado, decisão aprovada no último dia 18 de fevereiro.

O grupo expôs às deputadas Sofia Cavedon (PT), presidente da Comissão, e Luciana Genro (Psol), e aos deputados Issur Koch (PP), Sebastião Melo (MDB), Tiago Simon (MDB), Gaúcho da Geral (PSD), Sérgio Peres (PRB) e Vilmar Lourenço (PSL) a trajetória de atrasos nos pagamentos dos salários, acentuados no último período. “Neste momento, os professores ainda não receberam os 30 dias de férias e parte do salário de janeiro”, relatou Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS.

“O que nos angustia é a incerteza diante deste quadro”, destacou o professor César Filomena. “Com a centralização da gestão em São Paulo, perdemos a expectativa de uma solução, uma vez que esta gestão está em completo descompasso com nossa realidade”.

Representando os estudantes, Evander Vieira Cordeiro, desabafou: “Não vemos perspectivas de formação. Não vemos perspectivas de futuro”. Cordeiro diz que os estudantes estão apoiando a paralisação dos professores.

PROTELAÇÃO – A reitoria do IPA desmarcou a reunião agendada com o Sindicato na quinta-feira passada e a remarcou para a próxima, 28, em total desrespeito aos professores, segundo relato de Fuhr. “Em uma situação de greve, a instituição deveria ter interesse em equacionar o problema o mais rápido possível”. “O IPA é uma instituição filantrópica que recebe incentivos fiscais”, destacou uma professora do grupo. “Precisa dar um retorno para a comunidade”.

O grupo deixou o pedido formal para a CECDCT se somar aos esforços de buscar uma solução para o problema de interlocução dos professores e estudantes com a instituição, bem como de uma audiência pública extraordinária para tratar do assunto.

MANIFESTO – Os professores apresentaram aos deputados o Manifesto Público dos docentes lançado na noite de segunda-feira, 25. Veja a íntegra.